terça-feira, 15 de novembro de 2011

TECNOLOGIA E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR

Este texto é parte dos estudos decorrentes da leitura do livro  Educação e Comunicação – O ideal de inclusão pelas tecnologias de Informação. Otimismo exacerbado e lucidez pedagógica. SOARES, S.G. São Paulo: Cortez Editora, Capítulo III: Internet e inclusão: otimismos exacerbados e lucidez pedagógica, na disciplina de Comunicação e Tecnologias em Supervisão Pedagógica e Formação de Formadores. Nosso interesse pela temática que a autora desenvolve vem da necessidade de compreendermos a formação continuada de professores para responder a demanda por inclusão digital por meio da educação e do ensino.

É notório o progresso da Internet com a  crescente digitalização e a acessibilidade à banda larga, que foi responsável pela  ampliação do potencial de transmissão de dados,  imagens, sons, dentre outros e que trouxe avanços nos mais diversos setores.
De acordo com Biernatzki (2001), a estrutura de desenvolvimento das telecomunicações na Europa, está sob dois modelos: idealista e estratégico.
Considerando o modelo idealista, percebe-se um ambiente de serviços bastante interativo, com acesso a todos os serviços eletrônicos criados através das redes públicas e por preços cada vez mais acessíveis, além de beneficiar a todas as camadas da sociedade e da economia.
Este modelo cria um otimismo exacerbado e faz-se necessário uma lucidez pedagógica, ou seja, todas as formas de tecnologias aliadas à prática pedagógica e a formação dos docentes devem ser implantadas oferecendo estrutura de qualidade para serem utilizadas, além de não faltar capacitação.


...a ausência de mercado suficiente nos paises em desenvolvimento, o que impede que investimentos educacionais nesta área se tornem economicamente viáveis...dificulta a rápida difusão dos benefícios das tecnologias nestes países (Biernatzki, SJ, 2001:49).


Constata-se, conforme exposto pelo autor, que a tecnologia inserida, ainda que com certa parcimônia no dia-a-dia da gestão, revela qualidade e enobrecimento do ensino e do sistema educacional permitindo facilitação na produção do saber, autonomia pela prática da pesquisa, tanto ao professor quanto ao aluno. Entretanto, no sentido de levar a efeito essas transformações nas tecnologias da informação e da comunicação e visando a aplicação na prática pedagógica, há a necessidade de cobrar políticas educacionais que efetivem essas referidas transformações, imprescindíveis para o acontecimento pretendido ao sistema educacional o que contemplará a formação cidadã, condição prioritária da sociedade.
O sistema educacional brasileiro tem se ocupado, apesar de com parcimônia,
das discussões e projetos de modernização tecnológica na gestão educacional .
Exemplo :  (SINAES)  =  contempla nos critérios de avaliação institucional, um formulário eletrônico disponível aos gestores de ensino superior como subsídio e referência para os seus planos de desenvolvimento educacional institucional, correspondendo às exigências da avaliação.
A tecnologia aos poucos inserida começa a ser reconhecida como elemento de qualificação do ensino.
O governo brasileiro através do MEC tem incentivado a ampliação dos projetos EAD, como democratização do acesso ao conhecimento e à formação escolar de grande parcela da população brasileira em todos os níveis, incluindo o ensino superior.
Atendendo a demanda essa alternativa que inclui as tecnologias como soluções para a formação de professores tem que primar pela tecnologia empregada, promover interação da linguagem e comunicação e a facilidade no recurso tecnológico  para que alunos e professores tenham acesso democrático , tecnológico e de qualidade.
O modelo de ensino pautado nas tecnologias de informação e comunicação altera a relação ensino e aprendizagem podendo instalar uma nova fonte de autonomia pela prática da pesquisa, por parte do docente e do discente em posse do acesso ao ferramental, conhecimento sobre seu funcionamento e suas aplicações facilitadoras da produção dos saberes.
A mudança na postura do professor e profissional docente se dá no exercício de conhecer a tecnologia, as interfaces e identidades com seu objeto científico, sua metodologia de ensino, de avaliação e recuperação processual da aprendizagem.
Os recursos tecnológicos mudaram toda a sociedade e a escola, fazendo parte dessa nova sociedade também mudou, portanto, os que insistem no conservadorismo e tradicionalismo ficarão defasados.
As universidades brasileiras já realizam projetos relacionados aos estudos de metodologias, avaliação e aprendizagens, possíveis ao sistema de ensino mediado pelo computador e a rede Internet.
Por exemplo a UNICAMP, de Campinas, São Paulo, Brasil, desenvolve pesquisa e promove práticas de educação por meio de novos ambientes educacionais de teor científico e social que possibilitam a leitura crítica dos desafios didático-pedagógicos e do caráter inovador estimulado no cotidiano acadêmico.
Igualmente a PUCAMP, de Campinas, São Paulo, Brasil  e PUC SP e  USP, de São Paulo, Brasil, desenvolvem importantes ações na formação de professores utilizando tecnologias facilitadoras do acesso a distâncias e potencialização e flexibilização do tempo de estudo dos professores em carreira.
Portanto, agregar a esse compromisso a responsabilidade de difundir o uso de tecnologias de informação e comunicação através do ensino, está entre os objetivos institucionais de Universidades tradicionalmente reconhecidas pela sua cultura de formação de professores, ensino e pesquisa.
Caminha-se para formas de gestão menos centralizadas, mais flexíveis, integradas, provocando maior participação dos professores, alunos, pais, comunidade na organização, gerenciamento, atividades e rumos de cada instituição escolar.

A Portaria no. 2.253, de 18 de outubro de 2001 regulamenta a Oferta de Disciplinas Não Presenciais em Cursos Reconhecidos nas Instituições de Ensino Superior, a partir do disposto no art. 81 da Lei 9394/1996 e no art. 1º do Decreto nº 2494, de 10 de fevereiro de 1998 onde as disciplinas integrantes do currículo de cada curso superior reconhecido, poderão utilizar o método não presencial de até 20% de sua carga horária.


Observa-se que essa regulamentação autoriza as instituições de ensino superior credenciadas como universidade ou centro universitário a rever o projeto pedagógico do curso ao optar por oferecer disciplinas que em seu todo ou parte, utilizem método não presencial.
Então, em meados de setembro de 2004, o Governo Federal encaminhou a oferta de ensino a distância na graduação e licenciatura nas universidades públicas com 17.585 vagas para a licenciatura e 6.400 em Pedagogia, áreas prioritárias, no atendimento ao déficit de 235 mil professores só no Ensino Médio.
 A educação a distância foi um grande passo para a democratização do conhecimento intelectual, oportunizando o acesso ao ensino de forma mais fácil.
Com a Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional, o Brasil deu um grande salto na educação a distância, pois nesse período constituíram-se os primeiros cursos superiores, já regulamentados pelo Ministério da Educação.
 O EAD tem crescido muito no Brasil, em razão da era da informatização e as facilidades que essa proporciona, e por volta de 2005 houve um aumento de 32%, com aproximadamente duzentos cursos reconhecidos pelo MEC, com condições de oferecer formação de qualidade.
É importante que esses cursos tenham profissionais qualificados, além de boa estruturação de suas grades curriculares, bibliotecas, canais de comunicação, salas de aula virtual, a fim de atender os interesses do público, sanar suas dificuldades, dando condições de boa formação, com níveis de exigência que os faça cursar com comprometimento e seriedade.


        O Professor do século XXI

 Diante de várias mudanças na sociedade, decorrem transformações no âmbito educacional que, com acesso às novas tecnologias da informação e comunicação, se faz necessária a mudança no processo do conhecimento e conseqüente reformulação no sistema educacional, o que leva as instituições educativas e logicamente o professor, a rever seu trabalho docente.
Dentre os desafios para a revisão da prática pedagógica que utilizam tecnologias de informação e comunicação, destacam-se a mudança de modelo didático dos professores e a convicção na formação continuada.
O professor como profissional da educação procura se profissionalizar no que faz, buscando a formação como continuação de sua pesquisa e aprendizado. Ao falar em formação continuada, ela é pensada como uma formação sem fim. Essas cobranças em torno da formação continuada e de qualidade do professor, tem sido nas últimas décadas respondidas com paliativos nem sempre eficazes, HTPC – horário de trabalho pedagógico coletivo, pois  as críticas sobre esse tempo de trabalho inserido na jornada do professor, tem a tônica de identificar raras ações transformadoras.
A formação continuada de professores rumo à profissionalização, responde à necessidade de qualificar a educação e suas relações, da mesma forma que outros segmentos produtivos buscam em relação aos seus processos.

O que é destacado como profissionalização necessária, não se realiza apenas pelas reivindicações suficientes para constituir a profissão do professor, mas o reconhecimento social que depende de outros atores, usuários, empregadores, avaliadores, colegas. Ninguém está disposto a conceber a um ofício... sem obter, em contrapartida, serviços de melhor qualidade e...responsabilidade das pessoas (ALTET, PAQAUAY, PERRENOUD & COLS, 2003:236).

Modernidade implica em mudança e é imediatamente absorvida, inserida no dia-a-dia e faz modificar as ações práticas entre os vários segmentos de uma comunidade.
Com as novas tecnologias, novas formas de aprender, novas competências são exigidas, novas formas de se realizar o trabalho pedagógico são necessárias e imprescindível se faz a formação contínua do novo professor para atuar neste ambiente em que a tecnologia serve como mediador do processo ensino-aprendizagem.
A tecnologia de informação é um componente a ser incorporado no processo pedagógico.  Ela não substitui o docente e nem dispensa a sua interação em sala de aula, mas acrescenta uma valiosa fonte de informação que torna acessível o conhecimento distante.
Almeja-se no novo século, que o professor ajude a conduzir o desenvolvimento individual e coletivo e que saiba manejar os instrumentos que a cultura  indicar como específicos dos novos tempos.
 Paralelo a isso, assistimos a um crescimento enorme dos sistemas de comunicação disponível socialmente que alterou o cotidiano bem como tornou a sociedade mais veloz no referente a racionalização de tempo, o que vem a modificar as perspectivas de comunicação e organização de qualquer pessoa redefinindo o sinal dos tempos e a solidão.
As pessoas da melhor idade, muitas vezes isoladas e solitárias, tem a oportunidade de recorrer à Internet, através de Chat, bate papo, dentre outros, oportunidade essa que dá chance em contribuir para o bem estar e qualidade de vida, além de privilegiar a oportunidade de a informação ter acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação, presentes  no dia-a-dia, propiciando possibilidades abertas com as diferentes formas de veículos de informação e que constituem instrumentos indispensáveis às comunicações pessoais, de lazer e de trabalho .
O acesso às potencialidades da Internet propicia a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas, integrando-as ao mundo digital, além de desenvolver auto-confiança para lidar com a modernidade.
Segundo GALLI, para que a  Internet assuma um caráter democrático e inclusivo a educação deve empenhar-se no desenvolvimento do letramento digital.

Quanto mais mergulhamos na sociedade da informação, mais rápidas são as demandas por respostas instantâneas. As pessoas, principalmente as crianças e os jovens, não apreciam a demora, querem resultados imediatos. Adoram as pesquisas síncronas... É uma situação nova no aprendizado...(MORAN, 2003:20)

           
            Atualmente as informações tem se propagado de maneira mais interativa e eficiente em diferentes partes do mundo, quebrando as antigas barreiras das distâncias que existiam no século passado, graças ao desenvolvimento de um ferramental moderno disponível para a comunicação à distância. Esse tipo de comunicação tem transformado vertiginosamente os diferentes tipos de sociedades principalmente porque estão sendo utilizadas na chamada educação à distância.
            No principio do desenvolvimento da educação à distância os cursos eram desenvolvidos principalmente em programas radiofônicos, mas, atualmente as tele-aulas estão em destaque. As informações são transmitidas pela televisão, através de atores, em programas televisivos, aproximando cada vez mais o estudante de conteúdos específicos diversos.
            Em ambos os programas citados anteriormente, o estudante pode ter acesso à cadernos instrucionais que colaboram com o reforço dos principais assuntos abordados no programa, propondo questões e buscando alternativas para avaliar a aprendizagem já alcançada.
            Hoje em dia, graças ao desenvolvimento de tele-aulas, um grande número de funcionários em uma empresa, estudantes em escolas aberta ou numa tribo indígena afastada no interior do país, pode aprender sobre temas específicos, em diferentes níveis de aprofundamento, utilizando apenas um aparelho televisivo.
            A internet tem modificado também a forma tradicional da interação existente entre os alunos e entre estes e o professor. A existência de reuniões de estudos e debates virtuais tem contribuído muito para que as informações sejam democratizadas e transmitidas on line mundialmente.
            Os encontros feitos com o auxilio de computadores, em salas de bate-papo virtuais, podem minimizar alguns dos empecilhos que normalmente se tem nos encontros presenciais tais como: o local, a distância, o gasto e o tempo que se perde em transportes, a impossibilidade de se ausentar das funções profissionais para freqüentar cursos, entre outros.

            A atuação do professor também deixa de ser a de simplesmente transmissor do conhecimento aos estudantes, nestes casos ele é tido como um fomentador das discussões, que orienta pesquisas e apresenta dilemas referentes a diferentes temas estudados, podendo inclusive avaliar os trabalhos realizados.
            O ambiente onde se disponibiliza o material de estudos é dinâmico e proporciona diferentes inserções a bancos de dados, bibliotecas e hipertextos com infinitas vias de acesso à malhas do ciberespaço.
            Apesar dos benefícios da educação a distância e da grande aceitação desse sistema de ensino por grande parte da população, as universidades estão tendo entraves em implementar esse tipo de graduação principalmente pelo fato dos estudantes apresentarem diferentes níveis de capacitação e por não terem motivação ou maturidade para dar continuidade a esse tipo de curso por serem muitas vezes desorganizados. Outra dificuldade também encontrada é de cunho legal já que os estudantes, para serem matriculados nos cursos de graduação, devem ser aprovados em vestibulares e por vezes passarem por cursinhos preparatórios antes de ingressar  na universidade.
            O número de Leis, Decretos e Pareceres emitidos Ministério da Educação, MEC, que  orientam cursos à distância desde a década de 90, até a década atual indicam a importância dada pelo Governo Federal ao tema. No entanto, um governo que se preocupa com a inclusão dos menos favorecidos, que visa elevar a qualidade de vida da população e das relações interpessoais, a educação à distância pode vir a ser uma excelente alternativa.
            As indústrias de software oferecem parcerias com Organizações Não Governamentais, ONGs, para se testar novos produtos para a geração de demanda de consumo sob o atrativo da oferta gratuita do ferramental em questão e da regulamentação de laboratórios e equipamentos, assumindo também o treinamento para uso e aplicações.
            Ambientes educacionais na rede da internet estão sendo implementadas com a colaboração de diferentes instituições tais como as citadas abaixo:
            O Instituto de Qualidade de ensino, IQE, desenvolve em diversas regiões do Brasil cursos à distância para professores do ensino fundamental e médio para aprenderem a usar a plataforma tecnológica E-learning Village desenvolvida pela IBM.        Em Campinas, na UNICAMP, o  Núcleo de Informática Aplicada à Educação da Universidade Estadual O NIED , desenvolve pesquisas e ferramentas tecnológicas potenciais de aplicações didáticas.
            O TelEduc, ambiente educacional gratuito,desenvolvido pela equipe do NIED, oferece bases para ensino a distância, interativo e passível de avaliações processuais da aprendizagem. Vide nied@unicamp.br ou http://www.nied.unicamp.br.
            Outras Universidades Brasileiras investem em pesquisas de novos ambientes educacionais, livres do assédio do comércio internacional representados por empresas multinacionais sediadas no Brasil, ou mesmo de nacionais que já utilizam a tecnologia e se prestam à sua disseminação em terras brasileiras.
Sabe-se que o  surgimento das novas tecnologias de comunicação tem modificado muitas atividades da vida moderna.
Com isso os estudiosos do setor começam a falar no surgimento de uma nova modalidade de letramento, o digital. Esse novo letramento, segundo eles, considera a necessidade de os  indivíduos dominarem um conjunto de informações e habilidades que devem ser trabalhadas pelas instituições de ensino, a fim de capacitar o mais rápido possível os alunos a viverem como verdadeiros cidadãos neste novo século, cada vez mais cercado por máquinas eletrônicas e digitais.
O conceito de letramento é o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita, ultrapassa a alfabetização como simples domínio de codificação e decodificação da língua, o que não acontece com o letrado, que é versado em letras, é erudito. O indivíduo letrado sabe ler e escrever, mas usa socialmente a leitura e a escrita e as pratica e responde às demandas sociais de leitura e escrita.
O letramento digital implica realizar práticas de leitura e escrita diferentes das formas tradicionais de letramento e alfabetização. Ser letrado digital pressupõe assumir mudanças nos modos de ler e escrever os códigos e sinais verbais e não-verbais, como imagens e desenhos.
Em um certo sentido, o letramento digital luta contra a idéia de ensino/aprendizagem como preenchimento das “mentes vazias do aluno, como bem frisou o educador e filósofo brasileiro Paulo Freire quando criou a metáfora da “educação bancária” para ilustrar essa pedagogia. Segundo esse educador, muitas escolas ainda enxergam o aluno como um depósito de informações a ser preenchido, uma espécie de banco de dados a ser alimentado por um “mestre-provedor” de conhecimento.
Na contemporaneidade está uma imensa massa de dados que surge diariamente na Internet torna cada vez mais importante a conquista da cidadania, a aquisição do letramento alfabético, haja visto a enorme necessidade de processamento (assimilação, avaliação e controle) crítico das informações, a fim de transformá-las em conhecimento útil.

... a cidadania digital tem como letramento um pré-requisito para uso e compreensão da hipertextualidade, o que amplia a necessidade de uma educação de qualidade a todas as pessoas para que haja a democratização de saberes necessários ao acesso e uso consciente da informação e comunicação nos meios hipertextuais. (GALLI,2006:92)

 O novo ambiente em que a comunicação e a educação se encontram hoje é ainda obscuro sob o ponto de vista da definição de sua influência em uma sociedade que segue evoluindo e na forma como ela se entende, se comunica e cresce.
A tecnologia aproxima ou distância? Alguns podem dizer sem pensar que aproxima. Afinal de contas amigos que vivem em países diferentes podem se falar de várias maneiras com muita facilidade (facetime, skype, facebook, SMS, MSN e outras siglas mais). Antes o que dependia de cartas, correios, aviões e navios, hoje voa através de um ciberespaço infinito.
Ninguém mais tem desculpa para se sentir sozinho. Todos podem se comunicar via redes sociais. Sendo assim, não há como negar. A tecnologia nos aproxima.
No entanto, analisando a realidade de muitas empresas, escritórios, universidades e até casas, é possível perceber como a tecnologia nos distância. Eu converso com o meu colega ao lado pelo computador. Antes o que renderia uma reunião presencial, ou um happy-hour, hoje se torna uma troca de emails com várias pessoas copiadas. Os amigos ficam sabendo o que os outros estão fazendo pelo Facebook. Discussões de propostas para clientes são feitas digitalmente (muitas vezes até a apresentação é virtual).
O jovem pergunta no fórum algo que o aflige ou o confunde, mas não pensa em levantar, sair de seu quarto e perguntar a seu pai que está na sala a mesma coisa.
Sendo assim, será que a tecnologia, então, nos distância?
A resposta é negativa. Ainda não podemos tomar uma conclusão fixa a respeito de como a tecnologia irá nos afetar. Por isso mesmo, é preciso olhar com muita atenção o que ela fará pela educação e construção de novos cidadãos.
Uma escola com computadores individuais e acesso à banda larga de alta velocidade é um ambiente perfeito para a educação. Afinal de contas em segundos todos têm acesso à milhares de gigabytes de informação e os professores estão munidos de ferramentas perfeitas para a implementação da melhor didática e transmissão de ensino.
Seria correta a colocação?
Difícil afirmar com plena certeza. Platão disseminava o ensino em conversas ao ar livre. As únicas ferramentas eram o dom da fala e da lógica.
Um sintoma muito característico da dificuldade de se avaliar os efeitos da tecnologia na educação passa pela nova geração de jovens que já nasceram na era da Internet.
Essa geração é multitarefa, sabe de tudo, conhece tudo e o que não conhece já sabe onde encontrar. No entanto, esses mesmos jovens são desatentos, superficiais e muitas vezes não querem praticar o exercício do pensar. Quando tem dúvida, vão ao Google ou aos inúmeros amigos nas redes sociais. Não precisam prestar atenção em todas as aulas. Um dia antes de entregar trabalho é que vão correr atrás buscando algum documento na Internet.
Não precisam saber quem descobriu o Brasil. O Google sabe. Mas saber o que a descoberta dos portugueses tem a ver com a situação atual do país, isso o Google ainda não sabe. Ele não cruza informações para tirar conclusões.
Por isso, enquanto ele não “aprende” isso, os professores devem encarar o desafio da educação tendo em vista que vivem em uma realidade 2.0. Ou seja, não são mais a única fonte de informação. Os alunos, falam entre si, falam com outros professores, com outras pessoas e até com máquinas.
Por isso, é preciso que estes profissionais estejam atualizados ao máximo para não serem percebidos como uma fonte velha e estática de informação. Com essa atualização em dia, o próximo passo é desafiar os alunos a pensarem. A pensarem em como usar a informação abundante para encontrarem as respostas. A perceberem qual é a informação útil e qual a inútil. O que faz sentido e o que não faz.
A mudança é inegável. Mas não há como dizer como isso vai acabar. Nem o Google sabe.
 Conforme mencionado anteriormente, uma nova geração de estudantes e profissionais se formou nos últimos 20 anos. Nascidos na era da Internet, uma grande parcela dessas pessoas por influência do meio, dos amigos e da tecnologia desenvolveu uma característica multitarefa.
Basta olhar para os jovens, seja no trabalho, seja na universidade, seja em casa. Ao mesmo tempo estudam, ouvem música, assistem TV e se comunicam nas redes sociais.
A capacidade de executar diversas tarefas ao mesmo tempo é algo muito característico e marcante nessas pessoas.
No entanto, o aspecto multitarefa trouxe um fardo importante para essa geração.São poucos os jovens que possuem um grande poder de concentração e que conseguem se aprofundar por muito tempo no estudo, no trabalho em uma leitura. O fato de fazer muitas coisas ao mesmo tempo sempre, faz com que o modo operacional deles não permita ou pelo menos não se adapte muito bem ao fato de se dedicar muito tempo a apenas uma tarefa.
Isso criou uma massa de profissionais e estudantes que não tem por hábito uma fase de pré-projeto ou planejamento. Ou seja, um tempo inicial para pensar qual o melhor caminho a percorrer para esse estudo. O que eu preciso investigar para desenvolver esse trabalho. O que eu preciso detalhar antes de começar a executar.
Tudo é tão rápido que o natural é sair fazendo, estudando, executando. Não faz sentido buscar o melhor sentido para o que vou me propor a fazer. Certamente vou descobrir no meio do caminho.
Dessa forma, muitos profissionais acabam por não desenvolver uma metodologia de trabalho, um processo, um fluxo correto para projetos. Isso se agrava quando muitos profissionais dessa mesma geração estão envolvidos no mesmo objetivo.
Confusões de comunicação acabam sendo freqüentes no ambiente de trabalho e de estudo. Trabalho duplicado e partes do mesmo todo que não se conectam são alguns exemplos do que acontece por esse ocorrido.
É exatamente por isso que muitas dessas pessoas preferem trabalhar sozinhas, em casa, isoladas. O pensamento é até lógico: eu consigo fazer muitas coisas ao mesmo tempo, tenho tudo à minha disposição na Internet e não preciso perder tempo conversando e combinando um jeito de trabalhar com outras pessoas.
Eu me resolvo. Eu me basto.
Esse tipo de comportamento repetido ao longo do tempo, acabará gerando pessoas mais solitárias, mais isoladas.
E no final das contas, a comunicação social virtual se tornará a única saída. Não constrói um legado de relacionamento suficiente para viver em conjunto com outras pessoas. Tenho inúmeros amigos no Facebook, mas não tenho a quem recorrer em um momento de tristeza.
Só me resta “adicionar” mais amigos.
Afinal de contas, não sei ou não me lembro mais como é fazer uma amizade.
Essa reflexão não tem pretensão de se esgotar, pelo contrário, espera desencadear a discussão no interior da prática docente sobretudo na formação em gastronomia, área que pesquisamos em nosso mestrado.

HIPERTEXTO


Dentro do contexto que insere o ferramental tecnológico na construção de aprendizagem e, consequentemente, conhecimento, está a comunicação estabelecida entre o conteúdo dos sites e o leitor. Esta comunicação é baseada em informações (conteúdo) dispostas em diversas formas na Internet, i.e. texto, imagens, tabelas, sons, gráficos, etc.

Ao conjunto de informações dispostas em determinado link de Internet dá-se o nome de hipertexto que compreende um conjunto de informações apresentadas em determinado link ao qual se agregam diversos tipos de conteúdo.

Esse formato hipertexto possibilita ao leitor (usuário) dispor de um cem número de informações relacionadas ao tema objeto de pesquisa, aumentando a produção de conhecimento. Todavia, importante salientar que as informações dispostas no hipertexto, para que produzam conhecimento, devem refletir e estar relacionadas ao tema objeto de estudo, sob pena de se apresentarem como informação supérflua e, até, inútil.

A SUPERVISÃO EDUCACIONAL: MUDANÇAS SOB OLHAR DE UMA EDUCAÇÃO LIBERTADORA




                          LÚCIA VELLOSO VERGINELLI
                   JOSÉ RICARDO DUARTE D’OLIVEIRA




















Trabalho exigido como avaliação da Disciplina Teorias e Modelos de Supervisão,sob orientação da Profa. Dra. Maria Regina Perez, do Programa de Mestrado em Ciências da Educação









                                                                          




I – Introdução
         A Educação no sentido de formação humana é um dos assuntos mais polemizados na atualidade.      
Na verdade educar exige responsabilidade, persistência, constância e continuidade. Mudanças não acontecem imediatamente, por isso, as transformações decorrem de ações que não são isoladas. Faz-se necessário o trabalho conjunto onde a comunidade tenha a oportunidade de participar em defesa de uma educação de qualidade, baseada na igualdade de direitos.
            Sabemos que há falhas no sistema educacional mas, a melhor maneira de redimensionar o trabalho é  o compromisso de fazer do trabalho educacional uma meta a ser atingida por todos.

II – Objetivos
No sentido de acordar a consciência do aluno para que ele seja capaz de exercer seu papel de cidadão e se habilitar a buscar o desenvolvimento da sociedade moderna onde se possa participar do processo de desenvolvimento, transformando a educação escolar em um dos instrumentos de desenvolvimento individual, social e econômico, o autor aponta a necessidade de mudanças sob olhar de uma educação libertadora, que inspira novos conceitos que orientam uma nova sociedade baseada nos princípios de liberdade, de participação e de busca de autonomia.

III – Justificativa
Nessa perspectiva, para que a escola como uma instituição social, possa participar desse processo de desenvolvimento e transformação, necessita revisar e redefinir papéis até agora existentes, a fim de adaptar-se às novas exigências sociais, transformando a educação escolar em um dos instrumentos de desenvolvimento individual, social, e econômico.
            Na busca incessante por uma nova postura de trabalho, o professor possui um papel fundamental, por isso, deve recuperar o ânimo, a sede, a vontade de educar e fazer do ensino uma ação construtiva.

IV – Metodologia
-          A ação supervisora deve ser integrada com os demais especialistas em educação (Orientador Escolar, Secretário Escolar e Administrador Escolar, respectivamente).
-          Investir na mudança de atitudes do professor, do supervisor, criando um elo e tendo como objetivo a valorização da cultura do aluno.
-          Preparar o docente para constantes mudanças no contexto escolar.
-          Educar os alunos dentro de um princípio democrático, para que possam saber aprender a estabelecer a hierarquia de valores.

V - Resultados Obtidos
O supervisor escolar em suas ações,pode delinear o início de uma nova era educacional, onde há mais coletividade e o ensino seja buscado com qualidade, priorizando o aluno e valorizando as experiências significativas.
O supervisor escolar, em suas ações, tem a possibilidade de transformar a escola no exercício de uma função realmente comprometida, devendo antes de tudo estar envolvido nos movimentos e lutas justas e necessárias aos educadores: semeando bem onde a educação se faz presente e acreditando veemente que estão surtindo bons frutos.

VI – Análise da viabilidade da pesquisa considerando a nossa realidade educacional e o papel do supervisor no Brasil

A importância da autonomia do sujeito dentro de sua formação humana, traz a importância da Educação para o pleno desenvolvimento dos seres humanos.
Ao analisar a Educação Escolar como uma das possibilidades fundamentais para a formação dos sujeitos, é esperado que, ao longo desse processo educativo histórico-social, os seres humanos possam desenvolver sua capacidade crítica de atuar em sociedade, ou seja, de participar de modo autônomo e reflexivo da organização da vida social.  
Sabendo da existência de falhas no sistema educacional brasileiro, concordo que a melhor maneira de redimensionar o trabalho é assumir o compromisso de fazer do trabalho educacional uma meta a ser atingida por todos.
Concordo também que o professor deve agir como um verdadeiro aprendiz na busca do conhecimento e fazer desta ferramenta um compromisso social.
Nos dias de hoje o Supervisor Escolar se direciona para uma ação mais científica e humanística no processo educativo, reconhecendo, apoiando, assistindo, participando. Caracteriza-se pelo que congrega, reúne, articula, enfim soma e não divide.
Assim, para efetivar o processo de inovação apontado, o Supervisor toma como
objeto de seu trabalho a produção do professor, que afasta-se da atuação hierarquizada e burocrática tanto questionada pelos educadores, e passa a contribuir para um desempenho docente mais qualificado bem como passa a ser visto como um elemento fundamental responsável pela construção da sociedade, tendo em vista resultados a curto, médio e longo prazos.
Parafraseando o autor, a função do educador relaciona intimamente com reflexão e prática libertadora, o que, sem dúvida, vai originar a possibilidade na qual os educandos se tornem produtores que constroem suas próprias histórias, objetivando o pleno desenvolvimento de um cidadão crítico, autônomo e participativo de uma sociedade democrática.

VII – Referências Bibliográficas
BRANDÃO, C. R. O que é educação. Disponível in: www.brasil.gov.br, 1999.
BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Fundamental / Ministério da Educação e Cultura. Brasil: Brasília, 1997.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
GANDIN, D. Planejamento como prática educativa. São Paulo: Loyola, 1983.
MEDINA, A. S. Novos olhares sobre a supervisão. Supervisor Escolar: parceiro político-pedagógico do professor. Campinas, SP: Papirus, 1997.
PASSERINO, L. R. l. M. O Supervisor educacional à luz da concepção libertadora. Revista Acadêmica, PUC - PR: 1996.
SANTOS, R. C. G.; HAERTER, L. Reflexão acerca do projeto de ensino interdisciplinar "resgatando histórias de vida" do CEFET-RS. Uma tentativa de articulação entre trajetórias de vida de construção do conhecimento. Disponível in: www.delasalle.com.br/artigos/historias-de-vida.htm. 2004.

Resenha Crítica - Liderança nas organizações educativas: a direção por valores.


Resenha Crítica do texto:

TRIGO, João Ribeiro; COSTA, Jorge Adelino, Liderança nas organizações educativas: a direção por valores. Ensaio: Aval. Pol. Públ. Educ., v 16, n.61, p561-582, Rio de Janeiro, 2008.


Este artigo destina-se aos dirigentes, gestores e profissionais da área da educação, interessados em administrar escolas de forma mais eficaz e participativa, aprimorando a ferramenta da liderança nas organizações educativas.
Os autores procuram aprofundar o debate sobre o papel central da liderança, no âmbito escolar já que esse tema já foi estudado nas últimas décadas nas organizações em geral. A ideia dos pesquisadores é o de traçar um paralelo sobre as mais recentes contribuições descritas em artigos que tratam sobre o papel da liderança em diferentes áreas do conhecimento, também  no âmbito escolar, a fim de contribuir para a consolidação de uma organização educativa mais eficaz e menos burocrática.
Os dirigentes, gestores e profissionais da área da educação, favorecem a vinculação de toda a comunidade escolar  ao compartilhar a prática da liderança com muitos dos funcionários, alunos e representantes da própria sociedade. Desta forma tomam decisões baseadas em valores grupais, como sugere o Modelo da Direção por valores (DpV) proposto por Dolan Garcia em 1997, fortalecendo não só a autoridade escolar, por conseguir resgatar um valor moral óbvio, mas também por provocar, diferenças positivas na vida de todos que ali convivem.
Neste trabalho os autores destacam que há um papel crescente da importância da liderança que já foi testada e aprovada no mundo empresarial e que podem ser incorporadas pelas organizações educacionais guardando as especificidades da sua organização, pelo fato de também serem consideradas, um objeto de estudo sociológico. Destacam que um chefe num ambiente escolar deve ser bem mais do que o de ter controle burocrático da instituição e para haver a revalorização da escola é necessário proporcionar uma maior estabilidade ao corpo docente através da formação de um projeto de liderança forte que inclua a participação da comunidade escolar. A liderança é considerada por muitos autores como sendo um elemento central por ser capaz incorporar a gestão, autoridade e o poder numa organização educativa.
Na liderança convencional, os chefes trabalham com a administração de hierarquias recursos e números; já a liderança pós convencional, considerada por muitos como a verdadeira liderança, trabalha para liberar as energias criativas valorizando os espaços de diálogos e a construção de valores partilhados (DpV) dos seus colaboradores, contribuindo para construir desta forma uma sociedade mais solidária.
O papel emocional do líder numa organização é fundamental, por que cabe a ele além da importante função visionária do trabalho, a sintonia com os sentimentos das pessoas que o cercam, a fim de cuidar para que as relações sejam pautadas por lealdade e ética para que as pessoas possam dar o melhor de si próprias. Quando todos participam da elaboração de um trabalho, conhecem seus valores e os da sua equipe, o trabalho flui melhor, a organização tem maiores chances de prosperar e atingir níveis superiores de desempenho alcançando o que Rego e Cunha (2004, p. 239) chamam de liderança transformacional atualmente muito defendida nas empresas.
Sergiovanni (2004a; 2004b) considera a escola como uma organização especial em contrapartida a organizações empresariais, pois enfatiza que pais,  professores, membros dos órgãos administrativos e alunos tem mais capacidade de tomar decisões baseadas em valores comuns do que em decisões individuais,  o que chamou de “liderança moral”.
A liderança moral, defendida por Sergiovanni, tem como objetivo realizar duas tarefas no ambiente escolar: Primeiramente de agir com o intuito de provocar diferenças positivas na vida dos funcionários clientes e sociedade e em seguida de se preocupar com a relação das pessoas, que como já dissemos deve ser pautado na ética e na lealdade, levando a contagiar outros grupos a mudarem voluntariamente as suas preferências em função de projetos comuns.
Na escola, a abordagem crítica, permite fazer a ruptura teórica e metodológica dos problemas da organização escolar. Ela passa a ser vista como um espaço de construções sociais onde os indivíduos dialogam sobre as questões de valores e da ética na liderança promovendo a chamada liderança estratégica em que a comunidade como um todo discute problemas fundamentais tais como: o projeto pedagógico da escola e as demais lideranças citadas anteriormente.
Fátima Chorão Sanches (2000 p. 55) defende a chamada liderança colegial que centraliza e promove a colaboração e o diálogo entre as pessoas introduzindo também a necessidade de que sejam ético e permeado por valores comuns.
Ao analisar a mudança escolar Estevão (2002), constatou que as organizações tendem a ter estruturas mais flexíveis democráticas e com características mais comuns e mais globalizadas, onde as relações de liderança poderes e valores se interpõem umas sobre a outra, construindo valores que são partilhados pelas pessoas.
De acordo com Vicente (2004) a liderança nos negócios e na educação tem cada vez mais pontos em comum, pois atualmente o mundo empresarial também começa a ter consciência do quão é perigoso para o sucesso de uma empresa não ter um objetivo moral e com isso desenvolve-se um diálogo maior entre esses dois mundos antes tão distintos um do outro.
Em seguida os autores adaptaram o texto de Garcia e Dolan (1997 p. 30-31)  e comparam três tipos possíveis de direção em empresas organizacionais mostradas no quadro 1 abaixo indicando as diferenças entre a direção por instruções (DpI); Direção por Objetivos ( DpO) e a Direção por Valores (DpV) em relação as  seguintes frentes: onde  é mais apropriada sua aplicação; o nível médio de profissionalização dos membros da organização; o grau de autonomia e de responsabilidade dos funcionários; o tipo de destinatário e de produto; a tolerância a ambigüidade; Estabilidade do contexto; Organização social; Tipo de liderança e de estrutura organizativa; filosofia de controle e propósito da organização; alcance da visão estratégica e valores culturais essenciais.

DIFERENÇAS ENTRE DIREÇÃO POR INSTRUÇÕES,
DIREÇÃO POR OBJETIVOS E DIREÇÃO POR VALORES

DpI
DpO
DpV

Situação de
aplicação
preferencial

Rotina ou
emergências

Complexidade
moderada.
Produção relativamente
estandardizada.

Necessidade de
criatividade para a
resolução de
problemas complexos
Nível médio de
profissionalização
dos membros da
organização
Baixa escolaridade
(direcção de
operários)
Profissionalização
média (direcção de
empregados)
Alto nível de
profissionalização
média (direcção de
profissionais)
Autonomia e
responsabilidade
Baixa
Média
Alta
Tipo de destinatário
Utente – comprador
Utente – cliente
Cliente com critério e liberdade de escolha
Tipo de oferta de
produtos
Monopolista.
Estandardizada
Segmentada
Altamente
diversificada e mutável
Tolerância à
ambiguidade
Baixa
Média
Alta
Estabilidade do
contexto
Contexto estável
Contexto
moderadamente mutável
Contexto muito mutável
Organização social
Capitalista - industrial
Capitalista - pós industrial

Pós capitalista

Tipo de liderança
Dirigista tradicional
Administrador de
recursos
Legitimador de
transformações
Tipo de estrutura
organizativa
Piramidal com
múltiplos níveis
Piramidal com poucos
níveis
Redes, alianças
funcionais, estruturas
de equipas de projecto
Filosofia de controlo
Controlo por
supervisão descendente
Controlo por estímulo do
rendimento profissional
Potenciação do autocontrolo
das pessoas
Propósito da
organização
Manter a produção
Otimizar resultados
Melhoria constante
dos processos
Alcance da visão
estratégica
Curto prazo
Médio prazo
Longo prazo
Valores culturais
essenciais
Produção quantitativa,
fidelidade,
conformidade,
cumprimento,
disciplina
Racionalização,
motivação, eficiência, medição de resultados
Desenvolvimento,
p a r t i c i p a ç ã o ,
aprendizagem contínua,
criatividade, confiança
mútua, compromisso

Analisando o quadro acima podemos perceber que a Direção por Valores é uma proposta aparentemente apropriada para se debater os valores das pessoas e para responder melhor os desafios do mundo atual tais como a globalização, o conhecimento científico e tecnológico. Esse tipo de direção é considerado um marco global para redesenhar continuamente a cultura de uma empresa e ter finalidade tripla de simplificar, orientar e comprometer os funcionários de uma empresa.
No âmbito específico da educação, a Direção por Valores é uma proposta para se aplicar em organizações escolares já que apesar de ser construída em longo prazo, propiciar melhoria constante dos processos é a que mais parece colaborar com a formação democrática da nossa sociedade.

                                                                        Aluna: Lucia Velloso Verginelli
                                                                         Professora: Miriam Pascoal